28.2.12

A Liga dos Joões Fumaça 2

Eu ando mais estressado do que me dou conta este mês. Fiz o post anterior sobre as versões já existentes do João Fumaça e fui me esquecer justamente de uma das maiores honrarias que recebi ano passado! Explico: em 2011 fui convidado a dar uma palestra, ao lado de Fábio Fernandes, na HQCon, o maior evento de cultura pop nerd de Santa Catarina. Assim como todos os palestrantes, recebi como troféu pela participação uma toy art exclusiva e individualizada. E adivinhem qual foi o tema da minha?



Ele mesmo, João Fumaça, customizado por meu chapa Kayuá Waszak, da loja Universo Colecionáveis e com quem tenho um outro projeto de quadrinhos. Desculpem este meu lapso e o registro está orgulhosamente feito aqui.

A Liga dos Joões Fumaça

Mostrei recentemente aqui a versão de Sandro Zamboni, o Zambi, para o protagonista da noveleta e futura graphic novel "Cidade Phantástica":


Mas vale lembrar que o primeiro desenho do personagem foi de autoria de Tiburcio, o que acabou inspirando o conto "Modelo B" publicado na edição de estreia da revista Vapor Marginal.


Além do conto, a versão de Tiburcio também serviu de modelo para o bonequinho superfake de Fernando Pascale, sorteado por aqui.


Será que ainda vamos ver mais alguma versão alternativa do agente da Polícia dos Caminhos de Ferro?

27.2.12

Viaje no Tempo com a SHD

Ainda voltarei muitas vezes ao assunto, mas quero dar início à divulgação neste humilde edifício do grande evento do ano na província de Santa Catarina. A Sociedade Histórica Desterrense está organizando um encontro festivo de múltiplas opções gastronômicas e culturais para o mês de agosto, o que, com o devido alerta, dá tempo para todos os interessados se prepararem com a devida folga. Marquem em vossas agendas, então, meus caros: dia 11 de agosto de 2012, a partir das 19h, é a ocasião perfeita para se viajar no tempo, com opções para todos os gostos em um dos restaurantes mais renomados e tradicionais da capital catarinense. Encontro todos os retrofuturistas, reconstrucionistas, lolitas, steampunkers da cidade e região lá, com toda certeza.

24.2.12

Cidade Phantástica, a graphic novel

Fevereiro está sendo um mês tão cheio de trabalho que tem me sobrado pouco tempo para postar aqui. Neste mês, conclui o trabalho de divulgação de uma coletânea de contos retrofuturistas e a revisão de um livro de não-ficção. Mas eu volto agora com uma novidade que esperei bastante tempo e estava ansioso para compartilhar. Vontade antiga que está se tornando realidade, a de transformar a noveleta que dá nome a este blog em minha mídia favorita: os quadrinhos. O projeto já vinha de tempo, mas só pode começar a ser posto em prática quando conheci o desenhista e a editora perfeitos para fechar a parceria.

O desenhista é Sandro Zamboni, mais conhecido como Zambi, chargista do jornal Hora de Santa Catarina. Um talento que conheci no lançamento da coletânea weird west Cursed City - Onde as almas não têm valor. A editora é a mesma que vai publicar a coletânea Underworld of Steampunk e a Steampunk Bible, a
Underworld.

Mas eu não poderia dar esta notícia sem compartilhar também um breve gosto de como vai ser esta história em quadrinhos. Aqui, no blog, vou apresentar o trio de protagonistas no traço de Zambi. Em outro espaço, a página recentemente inaugurada do Cidade Phantástica no Facebook, teremos as imagens da dupla de vilões.    Passem por lá e curtam aquela outra filial deste nosso edifício.

Vamos aos desenhos!

Para começar, o Policial dos Caminhos de Ferro, João Fumaça:



Temos ainda, saído das páginas de Sherlock Holmes escritas por Sir Arthur Conan Doyle, o Rei do Ouro, J. Neil Gibson:


E para completar, pelo menos por aqui, outro empréstimo da pena de Doyle, a noiva de Gibson, Maria Pinto:


O que vocês me dizem? Espero que tenha alguém ai tão empolgado quanto eu com este projeto! Não deixem de conferir os vilões lá no Facebook.

13.2.12

Torre de Vigia 40

Quando comecei esta seção que monitora resenhas e matérias sobre a coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário não imaginava que ela fosse chegar a tantos exemplos nem que ela continuaria em atividade, quase três anos depois do lançamento do livro da Tarja Editorial. Mas eis que o livro ainda gera repercussões que merecem o registro por aqui. Caso da lista que a equipe do blog da livraria Martins Fontes pediu para ser elaborada por um velho conhecido do Cidade Phantástica, Octavio Aragão. A proposta foi a que segue abaixo:

Convidamos o designer gráfico, professor universitário e escritor Octavio Aragão para fazer uma seleção de livros que representem o que existe de mais importante no Steampunk, um subgênero da ficção científica.
A literatura steampunk é construída através de narrativas que aconteceram no passado, ou em um mundo paralelo semelhante a algum período da nossa história, com alguns avanços tecnológicos semelhantes aos atuais, mas alcançados com tecnologia de época. Ou seja, computadores feitos de madeira e engrenagens, aviões a vapor, máquinas do tempo alquímicas etc.
Sendo assim, foi montada uma listagem com dez obras consideradas essenciais para entender o gênero, sendo que o livro a ocupar a sexta posição é o que segue:



6) Steampunk, vários
Antologia de contos brasileiros onde se pode ler, entre outras coisas, o que aconteceria se Brás Cubas tivesse comercializado seus famosos unguentos; se dois personagens de Júlio Verne tivessem se enfrentado, submarino contra aeróstato; ou como seria a história do mundo caso um contato imediato tivesse ocorrido no século XIX.
A lista completa pode ser conferida aqui, valendo lembrar que boa parte dos livros foram resenhados neste blog.

10.2.12

Nova resenha das Aventuras Secretas

A primeira coletânea nacional de contos baseados no mais famoso personagem de Arthur Conan Doyle ganhou nova avaliação crítica ontem, desta vez pelo jornalista e escritor Antonio Luiz M.C. Costa, em seu blog no site da revista CartaCapital. Seguindo a tradição desta página, reproduzo o início do texto, o trecho que se refere ao meu conto e deixo os leitores ao final com o link para o texto completo.

Desde o início, o detetive da Baker Street se fez notar como um personagem capaz de ganhar vida própria, para além da vontade do autor. Em 1893, quando Conan Doyle quis livrar-se dele para se concentrar em romances históricos mais sérios e o matou em O Problema Final, fãs e editores indignados o obrigaram a ressuscitá-lo e a continuar escrevendo suas histórias. Muitos acreditaram que seus personagens realmente existiam e escreveram cartas para o inexistente endereço da Baker Street 221B.
Escrever histórias apócrifas sobre Holmes é uma tradição inaugurada em 1907, vinte anos antes da morte de Conan Doyle. Os pioneiros foram um time de escritores alemães dentro de uma série chamada Arquivos secretos de Sherlock Holmes, traduzida em francês. E desde que Holmes caiu oficialmente em domínio público, a tentação de reinventar o personagem e suas histórias tornou-se irresistível para seus fãs em todo o mundo. Inclusive no Brasil, onde a Editora Draco acaba de lançar Sherlock Holmes – Aventuras Secretas (264 págs., R$ 46,90), organizada por Marcelo Galvão, cujos contos, na maioria, valem a leitura.
A introdução, de Carlos Orsi, lembra como, em 1911, o padre anglicano Ronald Knox fez uma palestra intitulada Um estudo da literatura de Sherlock Holmes, no qual aplicava aos romances e contos publicados até então por Conan Doyle os mesmos métodos aplicados pela Alta Crítica aos Evangelhos, tratando o detetive como realmente existente e procurando, pela primeira vez, atar as pontas soltas deixadas por Doyle.

Na verdade, como está bem sinalizado ao longo do livro, a coletânea foi organizada por Marcelo Augusto Galvão em parceria com Carlos Orsi. Segue abaixo a parte da resenha que registra opiniões e informações sobre meu conto:

O caso do desconhecido íntimo, de Romeu Martins, mantém Sherlock Holmes e John Watson, mas lhes dá destinos completamente diferentes. Em vez de ser um brilhante detetive, Holmes industrializa o reagente para hemoglobina cuja invenção anunciara no primeiro romance, Um estudo em vermelho e se torna um próspero empresário. Quanto a Watson, enlouquece logo depois de conhecê-lo, delira com aventuras detetivescas que imagina viver em sua companhia e escreve os romances e contos que conhecemos até que, indigente e agonizante, é recolhido a um hospital.
Ao ler seus escritos, o médico que o atende avisa Holmes – protagonista e narrador – que visita o Watson já inconsciente, mas nada compreende. Infelizmente, nem o leitor. Nenhuma revelação interessante sobre a causa dos delírios, nenhum lampejo de inspiração sobre o relacionamento da dupla ou a natureza da loucuraem geral. Este Holmes, talvez o mais obtuso já imaginado, vê Watson como uma monstruosidade incompreensível e sem sentido. Compara-o ao homem-elefante Joseph Merrick, atendido no mesmo hospital e não mostra nem sombra da perspicácia que o tornou célebre na pena de Conan Doyle e que retorna na maioria dos contos desta antologia.
Desajeitado na forma e prosaico no conteúdo, o conto trivializa seus personagens e lhes rouba o encanto sem nada ter para dar em troca. Notam-se também alguns anacronismos: Watson recebe medicação intravenosa, prática criada só nos anos 1930 e Holmes dirige uma grande empresa de pesquisa especializada, décadas a frente do tempo. Amostra:

O jovem médico se aproximou de mim e tocou em meu ombro, fazendo o mesmo rosto que, presumo, deveria dedicar àqueles a quem era obrigado a dar notícias sobre a proximidade da morte.
– Seria tão fácil quanto falso eu dizer que posso imaginar o que sentiu ao ler aqueles textos. Creio que ninguém poderia se pôr no lugar do senhor, para saber o que se passa em seu espírito com toda esta situação tão inusitada.
Não posso negar o quanto estava confuso desde que, em meu escritório, recebera o baú repleto de papéis escritos com uma caligrafia que ficava mais errática com o tempo. Desvendar a forma, no entanto, não era mais difícil do que aceitar o conteúdo, com tudo o que dizia respeito a mim. Ou, pelo menos, a uma versão possível de mim, da minha vida, do meu passado, e até mesmo, do meu futuro…
Por isso tudo, com tamanha confusão, não me sentia à vontade para desabafar a respeito com o médico, que conheci superficialmente anos antes e de quem não ouvira falar desde então. A única coisa que me ocorreu responder foi:
– Esta parte do hospital é bem mais tranquila que o ponto onde entrei, não?
Vale dizer que, quanto aos anacronismos notados pelo autor do texto, eles são elementos próprios da ficção especulativa que permite fazer avançar situações como a criação de uma empresa especializada na área de química ou as pesquisas em relação a tratamentos intravenosos da mesma forma que ocorre com a descoberta antecipada em mais de meio século de um equivalente do nosso Luminol ou ainda a construção de toda uma ala fictícia do bem real London Hospital, onde o Homem Elefante de fato esteve internado na década de 80 do século XIX. Por falar nisso, ao contrário do que diz a resenha, no conto não é Holmes quem compara Watson àquela figura histórica, mas sim outro personagem que faz essa relação reiteradamente.

A íntegra de "Sherlock Holmes em oito reencarnações" pode ser lida aqui.

7.2.12

Primeira resenha das Aventuras Secretas

Recebi ontem por email a primeira resenha dedicada à coletânea Sherlock Holmes - Aventuras Secretas, editada pela Draco. A autoria dos comentários é de Pedro Dobbin, resenhista regular deste blog e que me autorizou a postagem do texto a seguir, pelo qual já lhe deixo os meus agradecimentos e o convite a outros críticos para que também registrem suas opiniões:






Sherlock Holmes - Aventuras Secretas


Organizado por Carlos Orsi e Marcelo A. Galvão
Editora Draco, 2012, 264 páginas.

Uma coletânea de contos de Sherlock Holmes escrita por autores brasileiros. Com uma introdução ao que se chama de Grande Jogo escrita por Carlos Orsi, onde este explica de forma clara esse esporte intelectual que une pessoas do mundo inteiro na busca da “verdade” que se esconde em cada história do famoso detetive. Só essa introdução já vale a pena o livro e aqueles pouco familiarizados com a obra de Conan Doyle terão oportunidade de conhecê-la um pouco mais.

Ao final temos uma apresentação dos autores, com um desenho de cada um deles. Recomendo a leitura antes de iniciar o mergulho no restante, assim temos a oportunidade de saber um pouco sobre quem são e o que fazem cada um deles.

A aventura do americano audaz - um relato póstumo de John H. Watson, MD.
Octávio Aragão

A descoberta de documentos da família do autor trazem à luz uma história fascinante em que Watson narra uma aventura de Holmes desconhecida até o momento. Nesta aventura, Holmes tem a oportunidade de lidar com outra criação literária, dos clássicos da literatura de horror, e a forma com que a ação se desenrola é no mínimo surpreendente.

Destacam-se as referências ao cânone sherlockiano e o tom realista que o autor imprime à história. Embora pessoalmente eu tenha me surpreendido, pois os outros contos do autor que tive oportunidade de ler tinham uma ação vertiginosa e de tirar o folêgo, nesta história ele avança de outra forma, criando um clima de suspense e nos transportando ao ambiente sherlockiano com bastante realismo.

Excelente história, enredo bastante criativo e original.

Das reminiscências do Dr. Ormond Sacker, Clínico Geral
Marcelo A. Galvão

Numa realidade alternativa, Holmes irá investigar o assassinato de Watson junto com seu parceiro Sacker. Uma trama bem feita, com alguns toques de erotismo.

A aventura do falso Dr. Watson
Carlos Orsi


Para investigar a morte da esposa de Watson, Holmes se disfarça de...Watson!. Explorando a crença de Doyle no espiritismo o autor conseguiu montar uma trama envolvente e original. Excelente conto.

O caso do detetive morto
Cirilo S. Lemos


O Doutor Joseph Bell e Arthur Conan Doyle vão a Paris investigar a morte do famoso detetive Dupin. Para quem não sabe, o Doutor Joseph Bell foi professor de Doyle na vida real e muito se comenta sobre ter sido ele a inspiração para a criação de Sherlock Holmes. Quando ao detetive Dupin, trata-se da criação de Edgar Allan Poe. Muito boa história e o final é bastante surpreendente.

O caso do desconhecido íntimo
Romeu Martins

Um Holmes que não é um detetive famoso, mas um inventor, visita no sanatório ninguém menos que John Watson. Embora este não possa mais se comunicar, estando às portas da morte, a descoberta de escritos que mostram uma parceria entre os dois e sua pessoa como um famoso detetive deixam Holmes pensativo. Excelente conto, mostrando o que poderia ter acontecido se, por um motivo qualquer, a famosa dupla não tivesse tido oportunidade de se formar. Destaque para o momento em que Holmes tem uma intuição de que as histórias de Watson acontecem em outra realidade.

A aventura do penhasco dos suicidas
Alexandre Mandarino

Na primavera de 1944, ao investigar uma morte no Penhasco dos suicidas o inspetor Wells conta com a ajuda de um misterioso senhor que com seu método as vezes estranho acaba por elucidar o que de início parecia um suicídio. Destaque para as revelações ao final do conto.

Um estudo em Azul
Rosana Rios

Uma estagiária de uma delegacia paulista e seu colega de apartamento investigam uma ossada descoberta após a demolição de uma casa antiga. A estagiária parece-se, a cada parágrafo do conto, mais e mais com o nosso famoso detetive enquanto as investigações sobre a ossada levam a hipóteses que são no mínimo surpreendentes. A única participação feminina do livro é também um dos seus pontos altos. O conto é excelente e muito gostoso de ler.

O punhal adamantino do vazio
Lúcio Manfredi

Sherlock Holmes enfrenta seu pior inimigo numa aventura que parece de início ser um delírio a que foi levado nosso grande detetive, mas que acaba por mostrar algo totalmente inesperado. Nota-se a sequência de aparecimento de inimigos/amigos e a descrição dos raciocínios que, a meu ver, mais se aproxima do pensamento de Holmes no livro.

Conclusão


Oito contos, todos de excelente qualidade, os autores conhecem bem a obra do Conan Doyle e conseguiram criar histórias muito interessantes. Acredito que qualquer um que se interesse pelas histórias de Sherlock Holmes encontrará no livro uma fonte de entretenimento e prazer, os que não conhecem podem aproveitar para iniciar um primeiro contato. Não encontrei pontos negativos, exceto, uma falha de revisão na página 134 onde dois “que” aparentemente foram suprimidos.

3.2.12

Sherlock Holmes - Aventuras Secretas no Notícias do Dia

Nesta sexta-feira saiu uma matéria no jornal Notícias do Dia, ligado ao grupo RIC Record, divulgando a coletânea Sherlock Holmes - Aventuras Secretas, da editora Draco. O livro que terá lançamento oficial amanhã, em São Paulo, ganhou o destaque principal do caderno de cultura do jornal, o Plural. Devo esta postagem a um quarteto de queridas profissionais: Carol Macário, que me entrevistou; Débora Klempous, que cuidou das fotos; Dariene Pasternak, que edita o caderno e pautou a matéria; e Naiara Lima, a designer que gentilmente me escaneou a página do jornal para eu poder postar aqui a reportagem "Elementar, meu caro Watson". Beijão a todas!

É só clicar na imagem abaixo ou neste link para ler.