24.8.12

Steampunk na Saraiva

Uma matéria bastante interessante sobre a produção steamer lançada no Brasil - incluindo a coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário - no site de uma das maiores redes de livrarias do Brasil. Segue um trecho abaixo:


O que começou lá fora, nos anos 1990, com histórias ambientadas na Londres da rainha Vitória, rapidamente tomou novos rumos, com novas fontes de energia para engenhocas e outros ambientes – até mesmo outros mundos.
 É o que acontece com os contos de Antonio Luiz M. C. Costa, engenheiro de produção por formação, pós-graduado em economia e colunista da revista Carta Capital.
 “Eu não queria escrever sobre a Inglaterra Vitoriana, queria fazer um ambiente diferente, mais próximo de nós, mais brasileiro, mas que tivesse tudo o que é possível com o steampunk”, comenta o autor.
 E ele foi além: criou todo um Brasil paralelo, que desenvolve ao longo de vários contos, em diversas coletâneas. “Em vez de D. João vir para o Brasil em 1808 e começar a criar o Império no Rio de Janeiro, eu pensei em D. Sebastião (rei de Portugal) fazendo o mesmo, mas no século XVI, com um desenvolvimento acelerado do Brasil.”
 Esse mesmo cenário aparecerá nos livros Brasil Fantástico e Solarpunk, que devem chegar em dezembro pela editora Draco.
 Pelas histórias de Costa, passeiam os personagens de Machado de Assis, Brás Cubas e Quincas Borba, utilizando parafernálias “tecnológicas”, enquanto o Instituto Butantã, em São Paulo, já pesquisa pílulas anticoncepcionais no século XIX.
 Já Roberto Causo prefere se valer de figuras célebres do mundo real. O pioneiro do rádio Landell de Moura, o poeta Menotti del Picchia e Santos Dumont são usuários de máquinas prodigiosas no Brasil de 1908, na coletânea da Tarja Editorial Steampunk - Histórias de Um Passado Extraordinário.
 A obra obteve tanto sucesso que ganhou citação de página inteira no livro Steampunk Bible, e a Tarja já prepara uma segunda coletânea, além de um Compêndio de Retrofuturismo e a primeira parte de um romance, Conspiração Steampunk, todos para 2013.

Para ler a íntegra, clique aqui.

Ode a Chtulhu

Neonomicon é o encontro de duas das mais influentes forças criativas em suas áreas: o quadrinista inglês Alan Moore, roteirista da HQ, e H.P. Lovecraft, escritor americano que recebe uma inusitada homenagem naquelas páginas. Na minissérie de 2010, o britânico revisitou, ampliou, criticou e jogou novas luzes nas trevas criadas pelo primeiro evocador de Chtulhu. Um trabalho que o leitor talvez deva ponderar lado a lado com este excelente artigo de Carlos Orsi já publicado neste blog.

Essa polêmica história em quadrinhos foi o tema da minha resenha desta sexta no maior banco de dados de críticas da nona arte da internet brasileira. Abaixo, vocês ficam com um trecho:

Mesmo ausente da adaptação para os cinemas, sem dúvida, a citação mais famosa que Alan Moore fez à obra do escritor americano de terror H. P. Lovecraft está nas páginas finais de Watchmen.

Uma certa monstruosidade cheia de tentáculos presente na clássica série dos anos 80, considerada a obra-prima do inglês, remete diretamente a Cthulhu, monstruosidade máxima a sair da mente de Lovecraft, que viveu entre 1890 e 1937.

 Tal status certamente não vai ser ultrapassado pela edição especial que a Panini acaba de lançar no Brasil, dois anos após sua publicação nos Estados Unidos. Mas se não vai alcançar a fama de Watchmen, ao menos Neonomicon merece ser conhecida como o maior mergulho que o quadrinhista deu na obra de Lovecraft.

 A começar pelo nome da HQ, referência explícita ao infame livro ficcional que aparece em diversos contos de Howard Phillips, o Necronomicon.

 E essa recente criação de Moore também deve entrar facilmente para sua lista de trabalhos mais polêmicos, ao lado de Lost Girls, pois algumas comic shops norte-americanas se recusaram a comercializar o produto, alegando que seria "pesado" demais.

 Da mesma forma, gerou controvérsia o fato de uma menina ter tirado a obra por empréstimo em uma biblioteca pública dos EUA, apesar dos avisos da capa de que se tratava de material adulto, que deveria ser mantido fora do alcance de crianças.

 Mas, afinal, o que há nesta série publicada pela Avatar Press de tão controverso, mesmo levando-se em conta o retrospecto de Alan Moore e de H. P. Lovecraft, criadores conhecidos por sua genialidade e por suas obras muitas vezes perturbadoras?

Continua